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casulo

A noite densa e escura foi cortada ao meio, separada em dois blocos negros de sono. Onde estava? Entre os dois pedaços, vendo-os – o que já dormira e o que ainda iria dormir – , isolada no sem-tempo e no sem-espaço, num intervalo vazio. Esse trecho seria descontado dos seus anos de vida.

O teto e as paredes uniam-se sem arestas, caladas, de braços cruzados, e ela estava dentro de um casulo.

(Clarice Lispector, Perto do Coração Selvagem)

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