De levantar cedo. De dormir tarde. De insônia. Do quarto pequeno. Do esmalte vermelho desejo no canto da unha. Das amigas indo embora. Do dinheiro da viagem indo embora. Do projeto dando errado. De dirigir. Das cervejas bebidas. Das calorias adquiridas. Dos passados constantes. Dos futuros distantes. Das relações amenas. Dos ciúme. Da saudade. Das intrigas. Dos folhetos de mercado. Da falta de tempo. Do excesso de vontade. Dos estranhamentos. Do encantamento. Do desastre. Da compulsividade. Da sofreguidão. Da carência. Do contato contado. Do exato. Do excesso. Do excesso. Do livro aberto. Da revista lacrada. Do plano desfeito. Da mola quebrada. Da folha rasgada. Do poema cuspido. Do tanto e do nada. Do cansar-se em vão. Do cansar-se em glória do que não existe.
Mês: março 2008
e como se fosse chover para sempre, deixaram voar o guarda-chuva para o meio da avenida e trançaram suas mãos anêmicas, ensopadas e amantes.
pequena_
_menina da minha cidade-castigo. te amo, ainda que teu corpo fosse canguru. te puxaria a orelha, estivesse junto de ti na cidade onde os poetas não tem bar. consome juízo em doses dobradas. vai precisar de luz e lucidez pra voltar ali pra terrinha encantada. o mundo é bem maior que ela e quer ser todinho teu.
safado_
_esqueceu um cabelo no meu vestido. lavei e pendurei no varal. ventou forte, tu viu? o vestido caiu, o cabelo vôou e colou no meu dorso.
tenho_
_um nó no peito, entre os redondos e a goela. não sei o que é. sufoca um pouco. me faz querer um cigarro, ou dois.
acredito_
_que no dia em que as pessoas imaginarem que o que elas têm é tudo o que precisam, viverão em paz;
protótipo 001
considerando que eu nunca havia costurado (nem mesmo uma almofada), disse a professora que o messenginho ficou bem bom. chamo ele de 001 porque até atingir a perfeição da cópia pra poder partir da descontrução da realidade e encontrar o santíssimo espírito da arte, vou gastar alguns bons kilômetros de tecido e linha e texto. não reparem na foto, voltei pra casa angustiada pra contar pra alguém, hehe… fotografei o Messenginho junto com o Toy Hermano pra ele não ficar tão triste… ainda não tem o azul elétrico que fica girando em torno dele e batendo uns papos pra posar nas fotos. aguardem os bótons status e o offline. hehehe…
🙂
coisa bem boa a liberdade da academia. a gente faz como deve ser feito. tem embasamento teórico. não existe pressão nenhuma além da nota. o preço não vai sair errado. a agência não vai perder a conta. o cliente não vai pedir amarelo-canário em vez de verde.
coisa boa as minhas segundas-feiras. são ainda mais especiais que as sextas. até os domingos ficaram melhores, na expectativa das segundas. sabem? acho que não. hoje voltei de cara pintada, rindo de nada, pensando que nem me importo de estar mudando os rumos. tão bom. tão leve. tão risonho. tão minhas, essas segundas.
sábado de aleluia
(depois de minutos silenciosos e escuros)
…
_podemos ser amantes?
_ué… mas tu tem namorado, por acaso?
_não, não tenho.
_e porque amantes?
_ah. porque não seremos namorados….
_não?
_não.
(acendeu outro cigarro)
_não porque essa coisa de namorar atrapalha os planos individuais. e eu tenho uma montanha deles. você não viria comigo, viria?
_pra onde?
_pros meus planos.
_não sei, tem sexo lá?
_pode ter, até.
_então eu vou.
(riram)
(ela espalhou a fumaça com as mãos)
(ele colocou a franja dela atrás da orelha)
_não… você não vai ir.
_não vou?
_não, não se preocupe. deixe as coisas acontecerem com calma, sabe?
_sei… estranho.
_estranho o quê?
_uma garota deixando acontecer com calma.
_eu preciso evoluir. tu me ajuda?
_eu? como?
_preciso aprender mais sobre sexo oral.
(gargalharam)
lupa na vida
Sexta perdi o piercing do nariz. Sábado a Laura me emprestou o dela pro buraquinho não fechar. Sábado a gente foi no bar do Toldo e pegou bastante brisa. Domingo eu assisti Janela Indiscreta e li sobre toys. Segunda eu tive aula e conheci muitas pessoas diferentes. Segunda eu tive uma outra aula e pintei até os cabelos. Segunda eu tive uma idéia bacana. Hoje trabalhei, fui ao cinema e torci o pé.