Blasé-Balonè. Algumas cervejas. Planos de viagens. Planos de Arte. Não. Blasé-Balonè. Quanto tempo desde 2005, quanto apego e quanta desmotivação. Blasé-Balonè. Não. Tira as botas pra coçar. Teus pés estão grudados também? Mas me dá um motivo. Dou dois: blasé-balonè. Eu nunca caio. Eu sou blasé-balonè e sempre caio. Não. Preciso de calor. Tuas mãos já estão mortas. Não se deixe enganar pelo que há atrás dos óculos delineadores do olhar blasé. Balonè. Não. Um extintor de incêndio apagando o fogo da tua saia balonè renderia uma obra de arte. Tão blasé. Desejo minhas chamas ao teu redor. Tire as botas pra coçar. Não. Eu nunca caio. Eu sou blasé-balonè e sempre caio. Nossos dedos estalando dão ritmo à rua vadia. Escrota para elas. Temos olhado a vida assim, meio blasé. Queria me desapegar de tudo mesmo. Tu pode mais que eu. Tu és tão balonè. Prende a barra da saia nos joelhos e vai. Sem duvidar. Não pense que eu desisti de mim. Não. Com esse meu jeito cool. Com esse meu jeito cool que tu não gostas. Com esse meu jeito e por trás destes meus óculos delineadores de um olhar blasé. Por tras disso tudo eu continuo te olhando. Mas não. Não se perturbe e não me deixe enganá-lo. Balonè-não. Os teus pés também estão grudados?
Mês: agosto 2008
Desespero
Antes, a medida que o final de semana ia se aproximando a euforia ia tomando conta de mim. Uma, duas ou três festas. Duas, quatro ou sete amigas! Cinco, onze ou vinte e dois colegas. Hoje começo a me desesperar na quinta. É. Se tiver sorte algum amigo de um amigo que é meu amigo pelo msn convida pra tomar uma cerveja. Se tiver com mais sorte ainda, rola alguma festinha com pessoas em pé e cervejas de garrafa, mas eu vou voltar cedo porque certamente a companhia não vai estar no clima ou vão ter muitos adolescentes no recinto. Já me sinto um fardo. Eu preciso ir embora desta cidade antes que ela me engula pra dentro do sofá da sala.
El Perro Del Mar
Faz um ano que voltei pra casa. Hoje ou ontem, não lembro exatamente. Mas era domingo e chovia. Eu e as 15 caixas e a casa colorida desmontada pelas velhas e doces companhias, pelas novidades que sempre têm, pela Santa Maria que ainda não se completou em mim, não saiu, não quer deixar de ser.
Aproveitei o um ano pra desfazer a última caixa, a caixa das coisas que ficavam perto das revistas e em cima da geladeira. Dois bilhetes da minha amiga clegue me chamando de gata e comentando al, algumas dicas de contra-baixo, um recibo de depósito, um isqueiro azul grandão, notas fiscais do zaffari e das minhas compras adolescentes. foi bom. pus tudo fora. o plano é ir, pelo menos uma vez por semana, pondo fora as coisas das lembranças. vamos ver no que dá. adiós año, prometo não falar mais do que não foi.
Piração
Às vezes penso que eu sou louca.
Algumas vezes me pego em umas viagens que não teria mesmo sob efeito de ácido ou ervas que fazem o teu cérebro derreter todo e tu vomitar pensando que vai morrer. Explicando, na contracapa da Zero Hora de hoje tem duas imagens aéreas da praia de Torres, uma de 1978 e outra deste ano. Fiquei com tanto nojo da gente quando vi o crescimento astronômico do lugar que me deu um enjôo. A cidade foi crescendo como uma pereba que tu coças. Aí me vi do alto vendo a pereba toda crescer e todas as mini-perebas-cidades se encontrando e os seres humanos como parasitas na ferida putrefando qualquer espaço livre. Tipo bicho em carne morta. Tipo verme em defunto. Até que seque tudo. Até que as cidades virem casquinhas e caiam.
Todas as vezes que eu vejo as coisas de cima, que eu me elevo, que a minha dimensão é outra eu penso que sou louca. Queria saber se é normal dar-se conta de que tudo é tão pequeno e insignificante. E daí o emprego? E daí a cor do cabelo? E daí aqui ou lá? Eu não queria ter esses pensamentos generalizantes. Os detalhes te amarram. Preciso de mais detalhes. Mais detalhes. Mais detalhes. Mas aí, sempre que vou chegar nos detalhes é como se fosse através de uma micro-câmera que vai invadindo visceralmente tudo o que pode ser invadido e empaca em uma ligação perfeita de aminoácidos e dali não saio.
Viram? Louca.
o nordeste e a carla
fim do namoro enlatado
aos que souberam que começou, ponto, acabou.
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hoje fica marcado que materializei a idéia de fazer um projeto de mestrado cibercultural. minha amiga florida e agora orientadora de projeto indicou um punhado de livros e artigos e universidades legais. estou empolgada!
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fiz dois roteiros e o mais legal e megalomaníaco não foi aprovado porque o orçamentou explodiu, mas o cliente chorou de alegria, diz a atendimenta. ah se a Ellus me descobre…
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fiz um tutorial de photoshop e ficou bom.
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adoro psicodelicias.
de Rita Apoena
explicando uma parte interna da noite sambarróquenha na cidade alegre.
“— E você, por que desvia o olhar?
(Porque eu tenho medo de altura. Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos seus olhos castanhos certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas do alto, em miniatura. Então, eu desvio os meus olhos para amarra-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor. Mas, hoje, não encontraram pedra. Encontraram flor. E eu me agarrei às pétalas o mais que pude, sem sequer perceber que estava plantada num desses abismos, dentro dos seus olhos)
— Ah. Porque eu sou tímida.”
idéia
só pensei que de re pen te pente pente a gente, nós, ele, eu, elas, um outro, todos podíamos apagar a luz do mundo e deixar a vontade nos guiar. sim, eu sei que é um pensamento bobo, mas eu queria.
além do salto retrátil, claro.