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às vezes acordar. o braço esquerdo tão comprido, tão comprido que esticado toca o chão, tateia o celular e percebe que já passam das duas da tarde. em qual dos horarios? o daqui ou o de lá? a cabeça volta a afundar-se no travesseiro que tem o cheiro dela mesma. sente os pés no fundo do edredon de penas. com o braço direito, comprido, comprido, acaricia a barriga, os seios e coça as próprias costas. virar-se? as mãos unidas suspendem a nuca. lembra do sonho. pensa em anotar. desiste. às vezes acordar.

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atualização ou, mãe, tá tudo bem

a internet da dona guillermina ta muito ruim. até o google trava. a semana anda corrida. tem um colóquio mega bom acontecendo no mestrado e, pra minha alegria individual, a maioria dos exponentes são brasileiros. o nome é “geografia celulares”, pois vem junto com uma exposição baseada na temática das tecnologias móveis. o dia da abertura foi do caralho, uma função chamada “shader”, projeção de fachada sobre fachada. animação e música eletrônica em cima disso tudo. na sexta fomos a um parque de diversões que fica uma hora em trem da cidade. andei em três montanhas russas e deixei pra vomitar na saída do brinquedo mais idiota. jogamos guittar-heroe e dançamos naquelas maquininhas de adolescentes. aí faleci até sábado, quando estudei o dia inteirinho e de noite fui numa festinha na casa do pai do amigo de um amigo de um colega, que tinha uma banda chamada “no banda” e a primeira música era do Jorge Ben. domingo eu não lembro. além de estudar acho que fui ao supermercado. sim. isso, fui ao supermercado e comprei uma balança. segunda e ontem foi colóquio e estudos. Terminei da analisar um frame do Deserto Vermelho, o primeiro filme colorido do Antonioni, pro trabalho final de ética, e depois comparei as éticas kantianas e deónticas. bom, fiquei até as cinco da manhã comparando as éticas e já ir postar no twitter alguma reclamação sobre este meu estado de pânico acadêmico, mas aí lembrei que no ano passado eu estava em pânico por passar os dias diagramando ofertas de mercado e não é moralmente bom reclamar se não é de verdade e se nosso estado atual não é de paz interior.

ta, mas o mais divertido é que fiz uma aposta engraçadíssima com duas colegas, tem a ver com a balança e aulas de dança latina. fui dormir seis da manhã e as 10h tinha que rebolar no meio de outras 30 mulheres.

fotinhos do parque pra animar a festa. ah, esqueci de contar que perdi as calças em um brinquedo. tá virando moda eu perder as calçar nos eventos, depois conto os detalhes



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o detalhe

foi selecionado pro santa maria vídeo e cinema, incruzive, pra mostra nacional! alegria :}
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Orgulhosamente Apresento

Dona Balança, a mais nova companheira de habitación desta que vos escreve. (a Dona Balança é igualizinha a esta aí, porém, digital – tinha que ser mais moderninha, néam?).

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cléris

… quanto tempo! Não acreditei que era tu hoje de manhã, desde quando tas por aqui? Aonde que ta agora?, voltei do parque e não te encontrei mais… Ficou de cara porque não te levei junto? É que tenta entender… a última vez que nos falamos foi há uns que…?, pelo menos 15 anos! Sim… acho que foi quando tu me incentivou a pegar todas as essências de sorvete da mãe pra colorir a areia da construção e fazer bolinhos confeitados, né? Ainda bem que eu não apanhei. Eu sempre tinha medo de apanhar, mas nunca apanhei. Tu ficou brava porque eu contei pra mãe que tinha sido tu e por isso foi embora? … boba. Eu senti a tua falta. Tanta coisa aconteceu e tu não tava junto pra eu contar… Aonde é que tu te meteu? Voltou pra cidade dos teus pais? Como eles tão? Sabe que depois que tu não veio mais eu parei de falar com as outras também. Elas eram muito fofoqueiras. Tu sabe que eu não gosto de fofocas do mal, só dessas de mulherzinha tipo: “o fulaninho tava te olhando no recreio”… Que saudade da gente. De ficar toda a tarde embaixo da pitangueira fazendo de conta que éramos madames. Tu era a madame, eu sempre achava mais divertido ser a empregada. Hahaha. Eu era mais espertinha, né? Porque as madames ficam sentadas e as empregadas ficam fazendo coisas divertidas, tipo indo no supermercado e embalando os bebês. Sabe que agora eu vou sozinha ao supermercado?! Já faz tempo, na verdade… Muita coisa aconteceu, mas agora eu vou ao supermercado sozinha e tenho que comprar coisas tipo “tomates”. É. O mais bizarro que comprei no mercado foi SODA (pra limpar a banheira). Ia ser mais fácil e divertido se tu fosses comigo no mercado. Já pensou?! Eu te empurrava no carrinho e tu ia pegando as coisas. Ninguém ia nos xingar por fazermos bolinhos confeitados. Não fica brava porque não te levei comigo no parque hoje. É que eu ia com meus colegas do mestrado, e já é bastante bizarro ir a um parque de diversões com gente que tem quase 30 anos, imagina se eu te levo? Iam dizer que sou esquizofrênica (é uma doença, depois te explico), porque já me tiram pra meio louquinha. Mas olha, um dia vamos só nós duas! Tu precisava ver, fomos em 3 montanhas russas e eu até vomitei (é que comemos hambúrgueres e batatas fritas) (e eu já to meio velhinha pra esses fast-foods). Como tu me achou aqui? Sei que tu é meio mágica… mas queria entender porque veio depois de tanto tempo. Vou deitar ali, queném ontem, e te esperar… Tenho tanta coisa pra te contar, tanta coisa.

Vou te esperar com o livro de historinhas embaixo do travesseiro, escondida da mãe (é, agora já não moro com a mãe, tu sabe) (pode vir qualquer hora, então) (cutuca de levinho no ombro que tiver pra fora do edredon) (o sono tá levinho). beijo.

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balada forte

no hospital ontem. chegamos a 9.75 na escala da menor dor, que é 1, pra maior dor, que é 10. até chorei e pensei que fosse desmaiar. mas não. as amigas estavam lá e as pessoas da clínica são tão, mas tão queridas, que mais parecem as amigas da sua mãe quando você tem 8 anos de idade. mas tá, suero no braço por umas duas horas e soninho na casa das gurias pra recuperar as doses de endorfina que estavam circulando na corrente sanguínea. sonhei com o herói do toy story e com um monte de colombianos-adolescentes-maus. sonhei com meu sobrinho de 4 meses tinha uma arma na mão pra me defender. que a gente corria dos colombianos e ajudava o toy story e vencer a guerra que havia sido instaurada no palácio da livraria da mente, lá na tuiuti, em santa maria. sonhei que eu ficava nua e viajava em elevadores baleados, uns apenas para macas. que deixava o sobrinho com alguns refugiados pra conseguir encontrar mais armas. sonhava que a cama quebrava. por alguns minutos acordei e pensei que estava em santa maria. a dor me fez descer o travesseiro pra altura dos rins, querendo que dormissem um pouco. esperando que amanhecesse de uma vez. precisando organizar a vida.

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la piedrita

Pior que cálculo renal, é cálculo renal fora da área de cobertura do seu plano de saúde. E pior que a dor do cálculo, é o sofrimento de já conhecer tudo o que você vai ter de enfrentar nos próximos dias se ele realmente estiver habitando o seu rim direito. O seu riñon derecho, no caso.

Da primeira vez me fizeram agonizar aproximadamente 3 horas até receber aquele soro maravilhoso puri morfina. Pensaram que tinha bebê. Ninguém me acreditava. Uma guria sozinha com cólicas fortes, menstruação irregular e com idade sexualmente operante. Esperei e viram que não tinha bebê nenhum. Achei chato o leito do hospital. Mas tinha um enfermeiro bonitinho.

Da segunda vez não consegui bancar a machona e ir sozinha, cheguei chorando no trabalho da mãe, que me pos num taxi e obrigou-lhos (no hospital) a me darem a injeção mágica em menos de meia hora!

Da terceira vez que é agora, acordei com aquela dor. Falei pra amiga. Podia ser uma puta de uma cólica menstrual, né? Me ataquei, doeu, chorei. Me embolotei e dormi. Acordei. A dor. Sim, vamos ao hospital na argentina. Aí uma amiga liga pro seguro de vida. Que me liga. Que pergunta meu CEP e uma porção de coisas pessoais. Desligam. Me encolho no travesseiro. Ligam de novo. Tudo certo: Sanatório Mater Dei. Me dão o endereço. As amigas vem e me acompanham. Bem bonito o hospital. Santiago o nome do médico. Uma graça de Santiago. Me explicou tudo, falamos de futebol, olimpíadas, pedras nos rins, casamentos, meu-sotaque-de-americana-alemã-nada-brasileira, apertou minha barriga, escutou minhas costas, ensinou a fazer xixi no potinho, acompanhou ao banheiro, mimimi. E depois pediu meu telefone. Pra avisar sobre o exame. Dez da noite liga perguntando se posso ir pra clinica fazer outro exame pois encontraram caca no meu xixi. Aí me fiz de difícil, porque tava vendo filme com as amigas e chapada de remedinhos. Amanhã vou lá. Depois conto.

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se é pra falar de amor

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compartindo departamento en DIEZ lecciones:

1) A água não vai sozinha dentro da forminha de gelo que está no freezer. Alguém precisa colocar. Se este alguém não é você, com certeza é seu roommate. Se ele coloca água lá pra virar gelinho é porque também gosta de bebidas frias. Não, ele não faz isto pra agradar você. Portanto, toda vez que você retirar uma pedrinha, coloque água pra construir outra. Não, não é mágica. E não, não homossexualiza.

2) O fogão não se auto-limpa enquanto você tira aquela sonequinha gostosa depois de comer batatas-fritas e um bife engordurado. Nem o chão. Se ele não fica um grude depois da sua rica refeição não foi uma fadinha que passou por ali e atirou algum desengordurante. E se não foi você, quem foi?
3) O banheiro não é seu. Todos os produtos que estão lá são seus? Algo está errado. Onde os outros guardam seus shampoos?
4) O lixo não se desintegra. Alguém precisa tirar.
5) Se você fuma, e, principalmente, se você fuma maconha, faça isso em um lugar onde possa desfrutar do aroma sozinho. A menos que você seja generoso e seus roommates também curtam isso nos horários em que você bem entender (tipo 9h da manhã) guarde o prazer só pra você.
6) É quarta-feira e você é bem sociável e resolveu que, depois da faculdade, onze da noite, vai levar metade da sua turma pro apartamento e dar uma festa tri-divertida. Ainda bem que você tem o celular dos seus companheiros de casa, assim vai ligar antes de chegar com a galera e a cerveja e ver se no outro dia eles não têm algum compromisso tipo sete da manhã.
7) Que pena que você não tem grana pra comprar um frigobar e poder guardar todas as suas coisas no seu quarto. A geladeira velha da cozinha é de todos e também sua. Não deixe as sobras de cinco semanas lá, ocupam muito espaço e fedem. Não mantenha cebolas pela metade em cima do doce-de-leite do outro. Não beba a coca-cola se não foi você quem comprou. Não suje as prateleiras com catchup. Não guarde nada, absolutamente nada, em potes sem tampas. Faça o favor de não esquecer nenhuma cerveja no freezer, congeladas elas estouram.
8) Que bom que você tem uma banda! Procure um amigo com família e garagem pra ensaiar.
9) Acabou o fósforo? Que merda, heim? Quem foi que comprou a última caixa? Também aconteceu com o papel higiênico e o com detergente? Poxa, que barra. Sinto muito.
10) Loça-auto-limpante é o sonho de todo mundo. Ahhh. Mas não, não existe. Evite os descartáveis, quanto mais sujeira você produz, com maior frenquência terá de tirar o lixo. É bem legal lavar a louça ouvindo música – com fones bacanas.

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aqui dentro

algo assim.