Muito boa noite.
Estou aqui, porque cheguei.
Não digo nada, porque eu não sei.
Eu vim de ônibus, porque eu paguei.
Tenho dito.
Muito boa noite.
Estou aqui, porque cheguei.
Não digo nada, porque eu não sei.
Eu vim de ônibus, porque eu paguei.
Tenho dito.
Tudo é tão correto pra você. Não vejo mal algum em se incomodar, mas tire proveito e faça direito o que lhe couber. É quase nada, para mim ainda é um mistério. É tão somemente alguma fase-errada. Por que você se leva tão a sério?
E no seu apartamento, ela se esquecia de tudo. Não havia contratempo. Ela segurava o seu coração e largava as roupas pelo chão. A semana toda ficou para trás, ela tem trabalhado demais. Como seria melhor se não houvesse refrão, mas há.
Ludov incentivando os pensamentos mulherzinha.
Oh freedom is mine
And I know how I feel
Antes era mais fácil escrever aqui no Tramela. Agora parece que nada pode. Comecei quatro posts hoje, não terminei nenhum. Parece que as letrinhas vão formando palavras cada vez mais privadas. Parece que vamos construindo segredos pra nós mesmas. Parece que fica tudo mais sério e complicado, e que nenhum comentário poderá nos salvar.
Porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como “sempre” ou “nunca”. Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicidio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim – nós, não. Contidamente, continuamos. E substituimos expressões fatais como “não resistirei” por outras mais mansas, como “sei que vai passar”. Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência. Caio F.
Já não tava mais suportando a saudade do tramela e como o blogger resolveu ser bacana e colocar umas ferramentas mais divertidas, voltamos sem titubear :).
a cidade passando rápido pela janela embaçada do taxi e a moça com um baita motivo pra dar uma choradinha. respirou funto e apertou os olhos: nenhuma lágrima. que “choto”, pensou: nenhuma lágrima e tanto pensamento. apertou os olhos no intento de obrigar uma lágrima a descer pelas bochechas congeladas: negativo. esfregou os olhos, acomodou as mãos frias no casaco e pensou outra vez que a cidade passava rápido demais pela janela embaçada do taxi.
e você não teve olhos para ver que o parque era você a água você a névoa você a madrugada você as flores você os canteiros você o cimento você não teve mãos para mim só aquela ternura distraída a mesma.
Fez tudo errado. Fiz. Fitas coloridas pelas árvores da cidade. Amargo para alguns dias. Não deixei saudade. Estranho isso, né? Conversas sobre vizinhos. Vinho barato. Deixa entra na sua vida e bagunçar o calendário. Deixa ir embora. Abre as janelas e muda a cama de lugar. Muda de cidade. Muda a cor do cabelo. Zen que vira Sem. Todos os pedaços no mesmo pote lacrado. Todas as músicas jamais compostas foram para:
Às vezes fico com saudade de contar alguma intimidade aqui no Tramela. Hoje tive a conversa mais longa da minha vida com meu pai por telefone: três minutos e meio. Foi bom. Depois comi doce e ele foi no circo.
Há 20 dias, numa quarta-feira comum, eu tinha o emprego mais legal do mundo, a casa mais completa que eu poderia ter encontrado, era estudante do mestrado mais divertido das Américas e estava de rolinho gostoso com um Argentino. Nesse dia aconteceram três coisas importantes:
Hoje é um domingo incomum e nos últimos 20 dias aconteceram muitas coisas importantes:
Amanhã teremos uma segunda-feira diferente: ocuparei um espaço na sala cool do segundo emprego mais legal do mundo; ainda serei estudante do mestrado mais divertido das Américas – porém mais aplicada; não terei para quem enviar mensagens expressando minha alegria; plantarei muitas sementes nas minhas mini gramas e esparerei colher muitos mini-ouros. A partir de amanhã, meu lugar é aqui.
ele a evoca em pequenas pinceladas, pois em seus sonhos ela é do tempo das qualidades sensíveis que detém o que ele quer segurar – como seguramos o copo de cerveja depois da terceira garrafa – por muito mais tempo que uma história. um tempo que ele encerrou naquele lugar que ocupa todo o intervalo a frente do seu presente, acima do seu passado, com suas flores perfumadas e árvores carregadas de frutos.
até quando? – perguntamo-lhe nos, os desacreditados, os mutilados, os escalavrados e abandodados do amor.
até que me permita sonhar. – responde ele, tão rude, tão sério, tão ingênuo e tão fiel, baixando levemente o rosto e olhando para trás do próprio ombro direito, retomando o pincel, farto de nossas presenças.
no entanto, pressente-se o risco – um concluio, uma trapalhada – e compreende-se a prudência de Freud.